quarta-feira, 18 de junho de 2014

Entendendo o gênero ficção

  Para entender um pouco como é a relação da ficção com o conhecimento científico, acho necessário compreender antes o que é a ficção.
  Como um gênero, literário e cinematográfico, a ficção é em si uma narrativa baseada no imaginário, podendo refletir ou se basear em fatos reais, mas havendo sempre uma mistura do real com o imaginário.
   A ficção que lida com o impacto da ciência sobre a sociedade ou os indivíduos é denominada de ficção científica. Existem alguns elementos que são comuns deste gênero, os quais gostaria de apontar. A ficção científica procura trabalhar em cima de como a tecnologia e o conhecimento científico podem afetar ou influenciar a vida em sociedade e o comportamento do homem. Os autores procuram guiar as histórias através de elementos que se apoiariam em possibilidades reais, explorando esse conhecimento de forma que crie possibilidades e cenários ainda não alcançados pela ciência. Segundo a enciclopédia escolar Britannica “em geral, a ficção científica procura divertir. Contudo, muitas histórias desse tipo de história imaginam também como as pessoas poderiam agir e se relacionar entre si. Dessa maneira, a ficção científica pode ajudar a revelar coisas importantes sobre a natureza humana e a sociedade”.  
     Assaf (2014), diz que “como toda produção cultural humana, a ficção científica carrega em si uma boa dose de influência da realidade que cerca o autor, suas perspectivas de humanidade, suas ideias sobre o mundo e sobre a sociedade”. Marcos Lobato, citado por Asaff, acredita que “na ficção científica, o futuro é metáfora do presente. A obra de ficção científica, ao projetar futuros, problematiza o presente e lança luz sobre o passado."
   Com tantos argumentos, não há como negar a existência dessa relação entre ficção e conhecimento científico na literatura e no cinema. Um dos autores de ficção reconhecidos como mestre do gênero é Isaac Asimov. Ele foi considerado, ainda em vida, um dos "Três Grandes" escritores de ficção científica, além dele estão os autores Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke. Uma de suas obras é I, Robot (1950), uma coletânea de contos que aborda a evolução dos robôs. Outros exemplos, são os filmes Matrix, Johnny Mnemonic, e o mais recente Her, que ganhou o Oscar de melhor roteiro em 2013.


Referências

ASSAF, Igor. Ficção científica e especulações sobre o mundo. Disponível em: http://lounge.obviousmag.org/sociocratico/2014/01/ficcao-cientifica-e-especulacoes-sobre-o-mundo.html. Acesso em: 18 de junho de 2014.

Ficção científica. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2014. Web, 2014. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/482467/ficcao-cientifica>. Acesso em: 18 de junho de 2014.

Ficção científica. In: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficção_científica>. Acesso em: 18 de junho de 2014.

Ficção. In: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficção>. Acesso em: 18 de junho de 2014.


por Thamara Lima

2 comentários:

  1. Thamara, essa possibilidade da ficção científica problematizar o presente, ajudando a perceber aspectos da sociedade é muito pertinente, especialmente porque o lugar de onde o autor parte para escrever é sempre o seu presente, mesmo que projetando possíveis ou impossíveis futuros. No filme Her, por exemplo, as relações das pessoas com os aparatos tecnológicos eram, a meu ver, muito semelhantes com o modo como cada vez mais as pessoas lidam com as tecnologias móveis hoje. Elas colocam seus fones de ouvido e caminham conversando, rindo, como se falassem com um ser invisível. Se perdem o celular é como se perdessem um pedaço de seus corpos, uma parte de sua memória, pois grande parte das informações que nos esforçávamos outrora para ‘decorar’, hoje deixamos de nos preocupar, pois estendemos nossas memórias para os computadores e o ciberespaço. Enfim, com outros cenários de realidade, esses filmes se referem a nossas angústias, nossos desejos, e os retratam enquanto confianças ou desconfianças de como a ciência poderia lidar no futuro com tudo isso.

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  2. Concordo Tamiris com seu raciocínio, a fronteira entre real e virtual se esvai por entre nossos dedos, literalmente. Penso que cabe na análise comparativa das redes sociais na Internet com a ficção/realidade, pois conversamos com pessoas e máquinas, quando o Facebook pergunta-nos "como você está se sentindo?" e a maioria das pessoas deixa sua opinião de forma a parecer viver em outro mundo em seu perfil, uma vida muitas vezes diferente de sua realidade; é o Espelho de Vênus que rejeita o que não é espelho (como na música "Sampa" de Caetano Veloso).

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